A ilha do Medo



Definitivamente 2009 foi um ótimo ano para a carreira de Leonardo Di Caprio. Com A Ilha do Medo e mais recentemente A Origem, o ator vai se firmando como um dos melhores de sua geração e que pode futuramente , com folga , ocupar um lugar em Hollywood que um dia foi de grandes nomes como Gregory Peck , Marlon Brando e Robert Deniro.

Nesta mais recente produção de Martin Scorcese , que já esteve com Di Caprio em Gangues de Nova York, O Aviador e em Os infiltrados , o ex-galã interpreta Edward Daniels, um detetive que investiga com a ajuda de seu parceiro Chuck Aule ( Mark Ruffalo ), o desaparecimento de uma jovem mulher em um hospital psiquiátrico localizado numa ilha em Boston.


Daniels tem um passado cheio de traumas , que são personificados pela imagem da mulher Dolores (Michelle Williams), que morreu em um incêndio provocado pelo zelador do prédio onde moravam. Seus problemas emocionais ficam mais evidentes quando o personagem toma conhecimento dos atos cometidos por Rachel Solando (Emily Mortimer) , a mulher que sumiu dentro da ilha. Solando - em um surto psicótico - afogou seus filhos e acabou encarcerada por seus parentes no Shutter Island Ashecliffe Hospital , comandado pelo Doutor John Crawley (Ben Kingsley).


Sem pistas concretas sobre a localização de Rachel , os detetives levantam suspeitas de que os responsáveis pelo Shutter Island possam ter algum envolvimento no caso. Após tomar conhecimento de que os médicos do lugar realizam experiências misteriosas com humanos , Edward Daniels exige que sejam divulgados os arquivos sobre cada paciente, o que lhe é negado.

Num sonho , o personagem interpretado por Leonardo Di Caprio descobre que o assassino de sua esposa também se encontra na ilha , e passa a procurá-lo insistentemente.

Lá pelo terceiro ou quarto ato, alguns segredos vão sendo revelados levando até o seu final , interessante, mas não tão surpreendente assim.


A Ilha do Medo está longe de ser o melhor trabalho de Martin Scorcese , que esteve mais inspirado em projetos anteriores, porém é um suspense eficiente que se apoia no grande talento de seu protagonista.

Com 35 anos, o astro de Titanic apresenta variadas nuances na pele do detetive Daniels, o que mostra a grande maturidade adquirida com o passar dos anos . Curiosamente é possivel enxergar um elo de ligação desse personagem com o interpretado pelo ator em A Origem. No filme dirigido por Christopher Nolan, Di Caprio interpreta um criminoso que entra no inconsciente de poderosos executivos, afim de plantar idéias que podem beneficiar terceiros, que é atormentado pelo fantasma da mulher, que insiste em aparecer em seus sonhos. Em A Ilha do Medo , a personagem de Michelle Williams tem certas semelhanças com a de Marion Cotillard , porém com funcionalidades e espeficidades diferentes.


Outro destaque a se mencionar é a fotografia , que ficou a cargo de Robert Richardson. O tom escuro deu um ar de mistério e intensificou o clima de loucura permeada naquele local. Se o Oscar fizer justiça, este filme com certeza estará indicado na categoria.

O roteiro de Laeta Kalogridis , baseado no livro Paciente 67 de Dennis Lehane - é muito bem amarrado e objetivo. Sem muito florear é possível compreender o estado emocional de cada um dos personagens.
Ao contrário de Leonardo Di Caprio, Mark Rufalo ainda parece ser um ator de uma nota só. Seu Chuck Aule fica totalmente apagado ao lado do detetive Daniels. Outra que está meio aquém é Patricia Clarckson - que aparentemente parece se especializar em papéis estranhos, mesmo que aqui não esteja tão afetada.

A Ilha do Medo é uma das apostas para estar entre os dez melhores no Oscar 2011. Se ele vai conseguir, só será possível descobrir em Janeiro, quando serão anunciados os indicados - mas desde já fica a torcida por mister Di Caprio, que a exemplo de Kate Winslet, sua parceira em Titanic, melhora a cada novo trabalho.

Cotação: 8

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