A viagem de Chihiro


O diretor Hayao Miyazaki é um dos mais expoentes diretores de animação em todo mundo. Há treze anos ele criou uma das melhores animações já idealizadas , o anime Princesa Mononoke, longa que em bilheteria bateu E.T, o extraterreste no Japão.

As produções nipônicas, diferentemente de muitos trabalhos feitos no Ocidente, principalmente nos EUA, têm um enorme zelo pelo roteiro. Não basta levar uma história para a tela, é necessário saber contá-la.

Em A viagem de Chihiro estamos nós diante de uma menina de dez anos , que com os pais se muda para uma outra cidade no Japão. O pai da garota encontra um atalho para chegar até o novo lar da família, mas o tal desvio acaba por deixá-los perdidos. Em seguida a família Ogino se depara com um enorme prédio vermelho , tendo na sua base um túnel , que os leva até um local desconhecido e cheio de mistérios.


Nesta cidade , aparentemente abandonada, nossos heróis encontram um restaurante , repleto de suculentas guloseimas. A gula do casal Ogino acaba trazendo algumas consequências não muito agradáveis e provoca pânico na pequena Chihiro.



Impossibilitada de falar com os pais , a jovem protagonista vaga pelo estranho local e acaba conhecendo Haku - um menino que mora ali já algum tempo ; Kamaji - o responsável pelas caldeiras que oferecem água pura para uma espécie de spa localizado na região e Yubaba - a proprietária do spa, que tem como clientes alguns seres inusitados. Posteriormente Chihiro acaba se tornando funcionária de Yubaba, para poder conseguir escapar daquele mundo um tanto esquisito - mas é justamente ali que a personagem encontra seus maiores desafios.



A viagem de Chihiro foi outra bem sucedida produção do veterano Hayao Miyazaki e faturou diversos prêmios ao redor do mundo , como o Urso de Ouro no festival de Berlim e o Oscar de melhor animação em 2003.

Como a maioria dos filmes que saem do Japão - não apenas animações - a produção é carregada de cores. Em todas as cenas que mostram floridas paisagens , o interior do spa de Yubaba ou do restaurante da cidade por exemplo, lá estão as mais diversas tonalidades - sempre vigorosas.



Os exóticos personagens daquele lugar desconhecido para onde vão Chihiro e sua família, seguem a linha de algumas figuras de outros longas de Hayao Miyazaki - são seres carismáticos e ao mesmo tempo assustadores. Chihiro , a personagem principal, também está dentro do padrão de protagonista recorrente pelo diretor, a garota valente que se arrisca por algum grande motivo, como as meninas de Princesa Mononoke e O castelo animado.


São muitas as qualidades de A viagem de Chihiro. A começar pelo roteiro , também de responsabilidade de Miyazaki , que antes de idealizar a fantástica saga da garotinha que se perde com os pais num universo estranho , pensou em se aposentar. O diretor é um mestre em contar histórias, sem nunca cair no exagero ou extravasar no exótico por demais.

Como dito, enquanto há produções ocidentais que se preocupam muito mais com a parte gráfica da animação, deixando o enredo em segundo plano - o recente A princesa e o sapo é um bom exemplo - o que os nipônicos fazem é de tirar o chapéu. Os tradicionais olhos grandes e as cabeças gigantes dos protagonistas dos animes japoneses são sempre conduzidos por um roteiro cheio de poesia e encanto. Cada diálogo dos personagens nos faz pensar que na tela não há apenas uma figura formada por traços e ângulos, mas um ser com alma e espírito que desperta fascínio por suas genuínas emoções .

A viagem de Chihiro é uma animação que bate facilmente muito longa-metragem americano estrelado por atores de carne e osso.


Sem grande esforço é com toda certeza um dos melhores filmes da década passada.



Vale a pena conferir!

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