Planeta dos Macacos - A Origem
Desde a malfadada versão de Tim Burton em 2011, a história dos símios que se rebelaram contra a humanidade para posteriormente escravizá-la estava na gaveta do estúdio à espera do momento certo para voltar a ser explorada. Sendo gerado como um prequel dos acontecimentos ocorridos no primeiro filme , de 1968 , entretanto não tendo exatamente uma clara conexão com aquela produção, o longa dirigido pelo desconhecido Rupert Wyatt, funciona como uma eficaz introdução dos acontecimentos baseados na obra de Pierre Boulle.
Em Planeta dos Macacos: A Origem, Will Rodman (James Franco) é um cientista que desenvolve uma fórmula que une os genes do homem com a do macaco, visando gerar a cura para o Alzheimer. Depois de inúmeras experiências - uma das cobaias utilizadas, Cesar (Andy Serkis, com um incrível trabalho de expressão corporal unido à computação gráfica) - apresenta habilidades e um nível de inteligência fora do normal - deixando seu dono (o Dr. Rodman o adotou ainda filhote) estupefato. Capturado por ter agredido um humano, Cesar se torna vítima de agressões por parte dos dirigentes do Centro de Zoonoses para onde é levado, bem como dos outros macacos ali confinados. No melhor estilo Oz, faz uma rebelião e consegue espalhar seus genes para os demais símios e assim liderar um motim contra os abusos sofridos.
Sem grande experiência cinematográfica, Planeta dos Macacos: A Origem é seu segundo filme, Rupert Wyatt ganhou uma oportunidade de ouro ao comandar esta tentativa de ressuscitar a obra mais famosa de Boulle na tela grande. Contando com um roteiro bem desenvolvido, escrito pela dupla Amanda Silver e Rick Jaffa, Wyatt ironicamente humanizou seu protagonista primata ao conferir a ele uma dramaticidade particular e característica. No momento em que Cesar se encontra na jaula ou no pátio com os outros macacos, numa clara alusão ao intervalo conhecido como banho de sol nas penitenciárias, é impossível não pensar em produções como Um Sonho de liberdade, o francês O Profeta e o nacional Carandiru. Ao comandar a conspiração - o protegido do Dr. Rodman age como um Che Guevara animal, reivindincando a liberdade de sua espécie das mãos de uma humanidade inescrupulosa. Ao conferir uma identidade cheia de dimensões ao macaco guerrilheiro, Silver e Jaffa conseguiram construir um cenário bastante convidativo à atenção do espectador, tornando aquela figura o grande acerto de toda a produção. Ainda vale destacar a tecnologia utilizada pela Weta Digital que utilizaram o performance capture para dar vida a cada uma daquelas criaturas.
Andy Serkis , que já havia surpreendido ao mundo com seu inesquecível Gollum - da cinessérie O Senhor dos Anéis - mais uma vez faz um primoroso trabalho, levantando até alguns comentários sobre uma possível indicação ao Oscar , mesmo com todo o preconceito que uma performance com o auxílio da arte digital pode acarretar. Em contrapartida, James Franco está inexpressivo e preguiçoso - tornando sua situação em Hollywood , após o fiasco da apresentação da última edição do Oscar, por um fio. O Will Rodman de Franco entra para o grupo daqueles personagens que caem no esquecimento na memória da plateia depois dos créditos finais , tal como o Jake Sully de Sam Worthington em Avatar.
Diferentemente da produção de Tim Burton, que talvez tenha falhado por Burton tentar imprimir em excesso sua personalidade ao longa - Planeta dos Macacos: A Origem cumpre seu papel com primazia, dando o pontapé inicial para novas sequências, o que ficou bastante claro pelo final que foi deixado em aberto para que seus sucessores venham a se conectar.
Interessante!
Seguindo...
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Uma forte gripe me impede de ir ao cinema nesta semana, por isso perdi as estreias dessa semana, como essa. Mas, acho que consigo conferir este filme no sábado.