Onde o Amor Está



Dirigido por Shana Feste, Onde O Amor Está ( Country Strong) narra a história fictícia da cantora Kely Canter (Gwyneth Paltrow) que - após um traumático episódio ocorrido em uma apresentação em Dallas, tenta retomar a carreira - lutando contra o alcoolismo e diversos outros fantasmas. Sobre a proteção do marido/empresário (Tim Mcgraw) , ela ainda tem a sua sombra dois aspirantes a country stars - Beau Hutton (Garred Hedlund) , com quem Kelly já teve um relacionamento amoroso - e Chiles Stanton (Leighton Meester) - uma ex-miss interiorana que quer seguir os passos da veterana. Os dois direta ou indiretamente têm suas vidas influenciadas pela protagonista.

Optando por uma estratégia inversa da habitual neste tipo de produção , onde geralmente acompanha-se a ascenção de uma jovem intérprete musical rumo ao estrelato - Shana Feste, que se divide entre a direção e o roteiro, teria inúmeras possibilidades para conduzir a trama para um caminho envolvente, como o adotado por Scott Cooper para o Otis "Bad" Blake de Jeff Bridges em Coração Louco ou o delineado por Robert D. Siegel para o Randy "The Ram" Robinson de Mickey Rourke em O Lutador, mas - muito provavelmente pela falta de experiência e manejo , se perde completamente, adotando alternativas artificiais (ou istantâneas como um miojo) - para solucionar desfechos importantes, além de construir figuras tão expressivas quanto um poste.



O grande problema de Onde o Amor Está está justamente em sua protagonista. Não é possível depositar confiança em uma personagem absurdamente irritante como Kelly Canter. A natureza de sua personalidade sempre é exposta unidimensionalmente. Até é possível compreender seu estado de espírito, sua descarga emocional tem claro sentido para o espectador, porém do começo ao fim a cantora permanece sendo uma incógnita. Suas atitudes, dos períodos de autocomiseração até seu aparente despertar - são incrivelmente vazias, sem qualquer unicidade.

Tal angústia vivida por Canter soa equivocadamente como mero capricho de uma diva desequilibrada, e ao invés de comover o público, tem como resposta uma frieza quase explícita pra tudo aquilo. Em contrapartida, a trama que envolve os dois candidatos ao estrelado , que servem de escada para Kelly, rouba a cena pela boa química entre Garred Hedlund e Leighton Meester (ambos os atores debutando bem como cantores) - bastante beneficiados pelo roteiro.



Diga-se de passagem que os verdadeiros pontos de qualidade do filme se encontram na trilha- sonora , a cargo de Michael Brook, unindo o que há de melhor do country music em termos de melodia e letra - além do que: tanto Paltrow quanto Hedlund e Meester são de fato talentosos. Em tempo , Coming Home - versão interpretada por Gwyneth Paltrow- foi lembrada pela Acadêmia na última edição do Oscar.

Enfim, pelo resultado da obra - Onde o Amor Está deixou bastante a desejar. Se fizessem um vídeoclipe ao invés de uma produção para o cinema, daria praticamente no mesmo - com a vantagem de que se gastaria bem menos.


Nota: 4

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