Reencontrando a Felicidade
Em Entre quatro paredes (In The Breedow) - dirigido Todd Field - Tom Wilkilson e Sissy Spacek interpretavam um casal em busca de justiça pelo assassinato do filho. Já em Traídos pelo Destino (Reservation Road) - de Terry George - Jennifer Connelly e Joaquim Phoenix enfrentavam a dor da perda de seu primogênito em um grave acidente. Mais recentemente, Mark Wahlberg e Rachel Weisz foram surpreendidos com a notícia de que a filha havia sido assassinada brutalmente, no drama Um Olhar no Paraíso - produção de Peter Jackson . Todos os filmes citados, cada um a sua maneira, chegam a tratar da relação de casais de classe média vivenciando o pós-luto, decorrente de uma perda irreparável causada por um triste evento que mudou a ordem natural da vida, onde são os filhos que enterram seus pais e não o contrário.
Nenhuma dessas obras tratou tão bem dos traumas vivenciados no pós-luto quanto o lançamento Reencontrando a Felicidade (Rabbit Hole) - mais recente longa da estrela Nicole Kidman.
Reencontrando a Felicidade se apóia principalmente no grande talento de seus protagonistas. Kidman , há muito não oferecendo uma boa perfomance - está esplêndida como a dona de casa que , sufocada pela culpa por não ter conseguido evitar a morte do filho - se aproxima de um garoto que tem certa relação com o que ocorreu , na tentativa de se desviar da triste realidade que bate a sua porta a cada manhã. Eckart confere veracidade ao seu papel, assumindo a persona da parte masculina da relação, que procura manter-se racional diante da situação conflituosa que nasce entre ele e a mulher após o episódio fatídico. Diane West, que interpreta a mãe de Beca, merecia ser lembrada em todas as premiações - sua construção para a matriarca da família é irretocável.
A catarse emocional vivenciada por Beca e Howie produz interrogações que podem se tornar pertubadoras para uma parte da platéia. É possível suportar algo que acredita estar acima de suas forças? A que direção o desespero causado por uma perda pode levar?
Lidar com a morte é um desafio que a humanidade ainda não aprendeu a digerir muito bem, certamente é necessário se apoiar em algo para que a esperança venha a renascer.
O grande acerto do filme de Mitchel é justamente não dar respostas prontas, o que talvez o tornaria tendencioso - mas sim apontar evidentes sinais que conduzem à mais sublime redenção.
Nenhuma dessas obras tratou tão bem dos traumas vivenciados no pós-luto quanto o lançamento Reencontrando a Felicidade (Rabbit Hole) - mais recente longa da estrela Nicole Kidman.
Dirigido pelo ator e diretor John Cameron Mitchell , Reencontrando a Felicidade narra a história do casal Becca e Howie Corbett que após o atropelamento, seguido de morte, do único filho , tentam reconstruir suas vidas - se adaptando à nova realidade. Becca (Nicole Kidman) é quem mais encontra dificuldades para conseguir superar o acontecimento - alternando momentos de tranquilidade com períodos da mais completa amargura , tendo Howie (Aaron Eckart) como porto seguro, o sustentáculo que dá forças a mulher, mesmo que não tenha energia para ajudar a si próprio. Em busca de apoio, os dois personagens começam a frequentar um grupo de encontro, onde pessoas que também passaram por uma situação de perda, trocam experiências e desabafam sobre suas maiores aflições.
Baseado na obra de David Lindsay-Abaire, que também assina o roteiro, o longa tem uma direção bastante convencional - porém promissora. Cameron-Mitchell que dirigiu e estrelou o enloquente Hedwig & Angry Inch, a mãos de ferro conduz sua história com precisão e com uma certa economia , evitando que a trama caia num melodrama exacerbado afim de manipular as emoções do espectador. O enxuto roteiro de Abaire resulta em diálogos marcantes, explorando a veia dramática de seus atores na máxima voltagem.
Baseado na obra de David Lindsay-Abaire, que também assina o roteiro, o longa tem uma direção bastante convencional - porém promissora. Cameron-Mitchell que dirigiu e estrelou o enloquente Hedwig & Angry Inch, a mãos de ferro conduz sua história com precisão e com uma certa economia , evitando que a trama caia num melodrama exacerbado afim de manipular as emoções do espectador. O enxuto roteiro de Abaire resulta em diálogos marcantes, explorando a veia dramática de seus atores na máxima voltagem.
Reencontrando a Felicidade se apóia principalmente no grande talento de seus protagonistas. Kidman , há muito não oferecendo uma boa perfomance - está esplêndida como a dona de casa que , sufocada pela culpa por não ter conseguido evitar a morte do filho - se aproxima de um garoto que tem certa relação com o que ocorreu , na tentativa de se desviar da triste realidade que bate a sua porta a cada manhã. Eckart confere veracidade ao seu papel, assumindo a persona da parte masculina da relação, que procura manter-se racional diante da situação conflituosa que nasce entre ele e a mulher após o episódio fatídico. Diane West, que interpreta a mãe de Beca, merecia ser lembrada em todas as premiações - sua construção para a matriarca da família é irretocável.
A catarse emocional vivenciada por Beca e Howie produz interrogações que podem se tornar pertubadoras para uma parte da platéia. É possível suportar algo que acredita estar acima de suas forças? A que direção o desespero causado por uma perda pode levar?
Lidar com a morte é um desafio que a humanidade ainda não aprendeu a digerir muito bem, certamente é necessário se apoiar em algo para que a esperança venha a renascer.
O grande acerto do filme de Mitchel é justamente não dar respostas prontas, o que talvez o tornaria tendencioso - mas sim apontar evidentes sinais que conduzem à mais sublime redenção.
Acho que a temática deste filme tem potencial para render uma boa obra. Como ainda não assisti "Reencontrando a Felicidade", não li seu texto, mas tenho boas expectativas em relação ao longa, ainda mais porque traz a Nicole Kidman de volta numa excelente atuação. Estávamos sentindo saudades disso! :)
Já eu adoro ler textos sobre filmes que não vi, o seu não entrega a obra totalmente, mas mostra o quão tocante e significativa ela é.
Quero conferir, adoro o par central! abs
Excelente blogger, Flávio. Reencontrando a Felicidade é dos filmes que mais goste no ano que passou. O conflito entre o casal pela morte da filhos. A tentativa de perdão de Becca ao garoto que atropelou seu filhos. O seu esposo e a dor da perda, a negação de Deus, a crise existencial, a angústia e o desespero são ingredientes perfeitos para este longa. Estou preparando uma postagem, também, para o meu blogger deste filme. Um abraço.