Má Companhia


Vários atores ao se arriscarem atrás das câmeras acabaram se dando bem e tendo uma carreira mais celebrada do que antes. Ben Afleck em Medo da Verdade e mais recentemente Atração Perigosa é um desses exemplos, no passado Robert Redford, Kevin Costner e Mel Gibson também foram promissores - já Clint Eastwood continua um ícone.

Em Má Companhia , o ex-Batman Michael Keaton se divide entre a direção e o papel principal deste drama que conta a história de um matador de aluguel que acaba conhecendo uma jovem mulher , por quem se sente atraído e tenta se aproximar.



Kate ( Kelly Macdonald) é uma vítima constante de violência doméstica. Como o marido é policial, suas denúncias acabam sendo em vão e desta forma - totalmente sem saída - foge de casa e se muda pra Chicago - em busca do anonimato.

Como as marcas das agressões ainda ficam bem evidentes - seus novos colegas e todos ao redor, acabam por questioná-la sobre seu passado - o qual ela luta pra não se lembrar.



Nas vésperas do Natal , ao sair do trabalho a garota se depara com uma pessoa no parapeito do prédio vizinho que aparentemente parece tentar o suicídio , mal sabendo que a tal pessoa acabou por eliminar um homem que trabalha no mesmo prédio que ela.

Depois de chamar a polícia , que não encontra nada no local onde estava o homem que Kate viu , a protagonista é informada do homícidio ocorrido.

Certo dia , por obra do acaso - a personagem de Kelly Macdonald conhece Frank Logan ( Michael Keaton) , um indivíduo soturno e de má aparência , com quem acaba criando amizade - sem saber que ele é o mesmo homem que ela viu no parapeito.

Michael Keaton oferece uma ótima perfomance - seu Frank Logan é frio , calado - sua primeira fala se dá aos trinta minutos de projeção - e é um enigma do ínicio ao fim. Não se sabe examente o porquê de suas ações - talvez por culpa do fraco roteiro - mas é possível encontrar alguma humanidade no personagem - principalmente nas cenas que divide com Kate. Kelly Macdonald por sua vez, revela que também pode se dar bem como protagonista. Kate é retraída, bastante religiosa , valoriza bastante os costumes natalinos - até mesmo como forma de experimentar a liberdade - depois de anos sofrendo nas mãos do marido. Ambos os personagem encontram alguma afinidade por adotarem uma vida reservada , solitária e silenciosa e de alguma forma estarem em busca de redenção. Há entre os dois uma relação afetuosa - não exatamente amorosa e sexual.



Apesar de estar em boa forma na frente das câmeras, Keaton erra a mão na direção - ajudado pelo confuso roteiro de Ron Lazzeretti, a não dar prioridade e determinar qual é o ponto chave da história - se os assassinatos cometidos por Frank, o drama vivido por Kate com o marido ou a relação dos protagonistas. É um emaranhado de situações que terminam no nada. Outra furada é o modo com o qual os policiais descobrem a identidade do matador. Sem uma explicação plausível eles chegam ao personagem de Keaton, subestimando totalmente a inteligência do espectador. Percebe-se que houve clara intenção de se contar uma boa história, mas diretor e roteirista se perderam totalmente com o que tinham em mãos.

Ao contrário dos diretores citados no ínicio deste texto, Michael Keaton ainda está bem verde como diretor. Se como ator ele ainda está em baixa, apesar deste trabalho significar um possível comeback , atrás das câmeras falta muito para que ele chame atenção. Quem sabe numa próxima o homem morcego de Tim Burton consiga se dar melhor.




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